FAQ's TÉCNICAS
O que é Lubrificação?
Lubrificação é o processo físico que consiste na aplicação de uma camada ou película, denominada de lubrificante, entre duas superfícies sólidas em movimento relativo entre si.
O que é um Lubrificante?
Lubrificante é uma substância química fluída que resulta da mistura de um óleo base mais aditivos.
O que são Óleos Base?
Óleos Base são fluidos lubrificantes que se obtêm pela destilação do petróleo bruto ou de transformações complexas. É a matéria-prima com que se fabricam os lubrificantes.
O que são Aditivos?
Aditivos são compostos químicos que se incorporam, em pequenas quantidades, aos óleos base para melhorar as suas propriedades físicas e químicas de antifricção, obtendo assim um lubrificante final com as características e prestações desejadas.
Qual a função dos Lubrificantes?
Os Lubrificantes têm como principais funções:
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Reduzir o atrito entre as superfícies metálicas.
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Reduzir a pressão da câmara de combustão, vedando as folgas dos anéis de segmento.
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Auxiliar no arrefecimento do motor.
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Reduzir o desgaste nas fases de partida, parada e em regime de alta carga do motor.
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Evitar a ferrugem e o desgaste corrosivo.
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Evitar a formação de resíduos e sedimentos.
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Agir como receptor de contaminantes, impedindo sua acção nociva ao motor.
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Remover os contaminantes (detergentes/dispersantes).
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Amortecer os choques.
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Facilitar a partida em baixas temperaturas.
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Aumentar a durabilidade no sistema.
Qual a função dos Aditivos?
Os Aditivos desempenham diversas funções, tais como:
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Detergente e dispersante: Aditivos de limpeza. Limpam os depósitos formados nos anéis, válvulas, mancais e circuitos de óleo do motor. Por isso, o óleo fica escuro mas o motor fica limpo.
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Antioxidante: Reduz a oxidação do óleo, principalmente às altas temperaturas, diminuindo a formação de borras e vernizes e permitindo que o óleo dure mais tempo.
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Antiespumante: Reduz a formação de espuma no óleo provocada pela agitação do óleo.
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Extrema Pressão (EP): Reduz os desgastes nas altas temperaturas.
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Melhorador do índice de viscosidade: Em altas temperaturas a viscosidade tende a reduzir. Esse aditivo impede que a viscosidade caia tanto ao ponto de prejudicar a lubrificação.
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Antiferrugem: Em contacto com a humidade do ar, peças de ferro tendem a enferrujar, o que esse aditivo impede que aconteça.
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Aditivos de alcalinidade: O óleo diesel possui enxofre, elemento cujo ácido sulfúrico danifica as peças de ferro. Esse aditivo impede que isso ocorra.
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Antidesgaste: Reduz o atrito e o desgaste, mesmo na temperatura ambiente.
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Corantes: Têm a finalidade de facilitar a identificação de vazamentos e impedir a confusão entre produtos.
Quais as características físicas dos Lubrificantes?
Os Lubrificantes têm várias características físicas, tais como:
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Viscosidade: A viscosidade é a característica mais importante de um lubrificante, pois permite conhecer a capacidade de resistência da película de óleo, em manter separadas as superfícies metálicas em movimento. É o que, normalmente se afirma, quando se fala da maior ou menor fluidez de um lubrificante, ou ainda, quando se diz que um lubrificante é mais "espesso", ou mais "fino" Dum modo simplista, podemos definir viscosidade como a medida da resistência de um fluido ao seu escoamento. Quanto maior for a viscosidade maior será a resistência oferecida pelo fluido. Em lubrificação, utiliza-se a viscosidade cinemática, que é igual à viscosidade dinâmica do lubrificante, dividida pela sua densidade. A medição da viscosidade cinemática é feita em aparelhos adequados designados por viscosímetros onde no caso mais comum, - sob a influência da gravidade – é medido o tempo de escoamento que um determinado volume de líquido leva a passar entre duas marcas, segundo condições bem definidas de temperatura. No SI a unidade de viscosidade cinemática é o mm²/s. (1 cSt = 1 mm²/s).
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Índice de viscosidade (IV): A viscosidade de um lubrificante modifica-se com a pressão e a temperatura a que este é sujeito, sendo a espessura da película lubrificante proporcional a estes factores, ou seja, tornam-se mais "finos", quanto a temperatura sobe e mais “espessos” quando a temperatura desce. O índice de viscosidade (IV) é um parâmetro empírico que quantifica a variação da viscosidade com a temperatura. Quanto mais elevado for o valor do IV, menor a variação da viscosidade do óleo com a temperatura, ou seja, mais estável será a sua viscosidade. Esta estabilidade é importante, quer para o arranque a frio dos motores, quer para o seu funcionamento a elevadas temperaturas. Num lubrificante com IV adequado, nas baixas temperaturas, típicas do arranque a frio, a viscosidade não é demasiada alta de forma a bloquear ou dificultar o arranque do motor e, a altas temperaturas, a viscosidade e consequentemente a espessura da película de lubrificante não diminui demasiado, o que poderia provocar o seu rompimento, com o consequente desgaste do motor ou mesmo a sua gripagem.
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Ponto de inflamação: Podemos definir como ponto de inflamação, a temperatura mais baixa, a que os vapores de um líquido se inflamam, sob a acção de uma chama. É uma indicação da capacidade de resistência ao fogo de um lubrificante, e deve constituir um aviso, quando se utilizam lubrificantes próximos de fontes de calor.
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Ponto de fluxão: Os lubrificantes utilizados em motores que funcionam em ambientes frios devem manter-se suficientemente fluidos a baixas temperaturas, de modo a que, quando o motor é posto em funcionamento, o óleo rapidamente chegue a todos os pontos a lubrificar. Os factores que influenciam esta propriedade são a viscosidade, a capacidade de bombagem e o ponto de fluxão. O ponto de fluxão de um lubrificante é a temperatura mais baixa expressa em múltiplos de 3ºC, à qual é observada ausência de fluidez quando é arrefecido sob condições de ensaio. Na prática, o óleo não deve ser usado se a temperatura ambiente for inferior a 10 ºC ao ponto de fluxão.
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Número de neutralização (BN): O número de neutralização de um lubrificante pode ser expresso pelo seu grau de acidez ou alcalinidade e é definido como a quantidade de base ou ácido (ambos expressos em miligramas de hidróxido de potássio - mgKOH/g), necessários para neutralizar o conteúdo ácido ou básico de um grama de amostra de óleo nas condições do ensaio.
Quais as fontes de origem dos Lubrificantes?
Os óleos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal (óleos e graxas), derivados de petróleo (óleos minerais) ou produzidos em laboratório (óleos sintéticos), podendo ainda ser constituído pela mistura de dois ou mais tipos (óleos compostos ou semi-sintécticos) .
Como se deve proceder para se seleccionar o lubrificante para um veículo?
Para saber qual o lubrificante correcto para um determinado veículo, deve-se consultar o “Manual do Fabricante” do veículo em questão, na parte de manutenção, quanto à viscosidade (SAE) e ao nível de qualidade (ACEA OU API), ou então solicitar essa informação através do seguinte formulário (clique aqui).
Porque é necessário mudar o óleo de motor? E quais os intervalos recomendados para a realização da muda?
No interior do motor, o lubrificante está constantemente sujeito a condições extremamente severas. Estas condições podem ser térmicas, nas partes mais quentes do motor, químicas na resistência aos ácidos, partículas e água, produzidas durante a combustão, ou físicas, para resistir a forças e velocidades tremendas nos motores modernos. Cada fabricante equilibra essas condições com a qualidade do lubrificante que recomendam, e aconselham um intervalo de mudança de óleo apropriado para proporcionar a protecção e o desempenho certo. O intervalo de mudança de óleo do fabricante encontra-se no manual do seu veículo. Nos automóveis mais recentes, o painel de instrumentos também indica o momento em que é necessário efectuar a mudança de óleo. Quando se muda o óleo deve-se também trocar o filtro. O filtro de óleo recolhe todos os resíduos e os subprodutos da combustão que o lubrificante agarra na sua viagem ao longo do motor. A colocação de um filtro novo juntamente com a mudança de óleo irá manter o motor do automóvel na melhor condição para o máximo desempenho.
É normal que o motor consuma óleo?
Sim. O óleo deve lubrificar partes muito críticas, como entre o êmbolo e a camisa e as válvulas. Parte da película lubrificante queima-se durante o processo de combustão. Com o passar do tempo, com as folgas a aumentarem pelo normal desgaste das peças do motor, o consumo de lubrificante passa a ser maior.
Qual o nível correcto do óleo do motor?
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, sempre que o óleo do motor é mudado ou o motor atestado, o nível correcto deve situar-se próximo da marca MAX, sem nunca o ultrapassar. Após algum consumo pode também encontrar-se entre os dois traços mas cuidado se o óleo fica abaixo do mínimo da vareta, o motor pode ser prejudicado por falta de lubrificação. No entanto, se o óleo fica acima do máximo, haverá aumento de pressão no cárter e o óleo em excesso é queimado na câmara de combustão transformando-se em carvão, o que pode ocasionar prisão nos segmentos, sujidade nas velas e nas válvulas, podendo ainda criar sérios problemas nos impulsores hidráulicos.
Quando se deve completar o nível do óleo do motor?
Com o uso e, em condições de utilização normais, o motor consome óleo, deste modo, o nível do óleo baixa. Enquanto não se atingir os quilómetros ou o tempo de se substituir, deve-se adicionar óleo em quantidades cujo nível se situe próximo da marca MAX.
Porque é que o óleo do motor fica escuro com o uso?
Para realizar a função de manter o motor limpo, o óleo deve manter em suspensão as impurezas que não ficam retidas no filtro de óleo, evitando que não se depositem no motor. Desta forma o óleo fica escuro com as partículas que não foram retidas pelo filtro e o motor fica limpo.
É verdade que o motor deverá estar quente quando se efectua a muda do óleo?
A temperatura influencia o índice de viscosidade do óleo pelo que, nesta circunstância, a tarefa da mudança fica mais facilitada.
Quanto tempo se deve esperar após desligar o motor para verificar o nível do óleo?
É importante que se espere pelo menos 1 minuto após o motor ter sido desligado, para se verificar o nível do óleo. Isto porque, durante este tempo o óleo desce das partes mais altas do motor para o cárter e assim torna-se possível aferir quanto ao valor exacto do nível de óleo.
Qual a diferença entre"serviço severo" e "serviço leve" que são termos usados pelos fabricantes para referir o tipo de utilização dos veículos?
"Serviço severo" é típico para os carros que circulam nos centros urbanos com frequentes pára/arranca, que percorrem pequenas distâncias de até 6 km ou que circulam em estradas poeirentas. "Serviço leve" é aquele em que os carros percorrem percursos longos a velocidades quase constantes em estradas pavimentadas, como no caso de longas viagens. Conforme indica o nome, a utilização severa exige um maior esforço do motor que a utilização leve.
É possível misturarem-se lubrificantes de marcas diferentes?
Como princípio pode-se afirmar que os óleos “automotive” existentes no mercado são compatíveis entre si, não apresentando problemas quanto a misturas desde que se tome cuidado ao misturar produtos com o mesmo nível de desempenho API ou ACEA e da mesma faixa de viscosidade SAE. No entanto, a melhor alternativa é evitar misturar, na mesma muda, mais que uma marca de lubrificantes, sempre que possível, por forma a permitir o melhor desempenho do óleo utilizado.
Qual a diferença entre o óleo mineral, semi-sintético e sintético? Eles podem ser misturados?
A diferença está no processo de obtenção do óleo base. Os óleos minerais são obtidos da separação dos componentes do petróleo bruto ou crude, sendo uma mistura de vários compostos formados principalmente por hidrocarbonetos. Os óleos sintéticos são obtidos por reacção química, havendo assim maior controlo no seu fabrico permitindo obtenção de vários tipos de cadeias moleculares com diferenças características físico-químicas e, por isso, são produtos mais “puros”. Os óleos semi-sintéticos ou de base sintética empregam misturas em proporções variáveis de óleos base minerais e sintéticos. Deste modo reúnem as melhores propriedades de cada tipo de óleo, associando a optimização de custo, uma vez que as matérias-primas sintéticas possuem um custo muito elevado. Não é, portanto, recomendado misturar óleos minerais com sintéticos. Os óleos base apresentam naturezas químicas diferentes e a mistura pode comprometer o desempenho da sua aditivação, podendo gerar depósitos. Alem disso, não é economicamente vantajoso, já que o óleo sintético é muito mais caro que o mineral e o resultado da mistura dos dois é praticamente um óleo mineral, sendo portanto “dinheiro deitado à rua”.
Os óleos sintéticos são melhores?
Sim. Os óleos sintéticos estão especialmente concebidos para responder às exigências dos motores mais potentes ou para serem utilizados a temperaturas extremas e em condições de trabalho muito exigentes.
Porque é melhor um óleo de bases sintéticas que um óleo mineral?
São diversos os motivos, entre eles:
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uma maior duração da película de óleo sobre as peças em movimento.
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uma protecção superior, em particular contra o desgaste imediato provocado no arranque.
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uma menor volatilidade, o que baixa o consumo de óleo.
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uma óptima resposta térmica natural, o que conduz à redução da formação de depósitos e resíduos carbonosos.
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um poder detergente e dispersante natural, o que melhora a protecção do motor.
Qual é a viscosidade mais adequada?
A que é recomendada pelo fabricante do veículo.
Pode mudar-se a viscosidade na substituição do óleo do motor?
Sim. Pode ser necessário adaptar a viscosidade em função das condições de uso do veículo, do meio ambiente e das condições climatéricas.
Podem misturar-se óleos com viscosidades diferentes?
Sim, perante uma urgência, como atestar quando o nível de óleo está baixo. Há que ter em conta que a viscosidade resultante não será a melhor.
É possível usar óleos para motores diesel em motores a gasolina ou vice-versa?
Sim, sempre que as embalagens tenham expressos simultaneamente os dois níveis de qualidade por exemplo API SL/CF; ou ACEA A3/B3. São lubrificantes ideais para frotas mistas (diesel e gasolina).
Qual o significado das siglas que vêm nas embalagens de lubrificantes (SAE, API, ACEA, etc)?
Estas são siglas de entidades internacionais que são responsáveis pela elaboração de uma serie de normas e especificações, baseadas em testes específicos, para a classificação dos lubrificantes, de acordo com o seu uso. Desta forma, o consumidor tem como identificar se o lubrificante que está a usar corresponde às exigências do construtor do seu veículo consultando o manual do proprietário.
Que significa a sigla SAE?
SAE – Society of Automotive Engineers (Sociedade dos Engenheiros de Automóveis). É a classificação mais antiga para lubrificantes Automotive, definindo faixas de viscosidade e não levando em conta os requisitos de desempenho. Apresenta uma classificação para óleos de motor e outra especifica para óleos de transmissões manuais. (mais informações acerca deste assunto)
Que significa a sigla API?
API- American Petroleum Institute (Instituto do Petróleo Americano). Grupo que elaborou em conjunto com a ASTM ( American Society for Testing and Materials), especificações que definem níveis de desempenho que os óleos lubrificantes devem possuir. Essas especificações funcionam como um guia para a escolha do lubrificante aconselhado, por parte do consumidor. (mais informações acerca deste assunto)
O que significa a sigla ACEA?
ACEA – Association des Constructeurs Européens de I’ Automotive, Associação dos Construtores de Automóveis da Europa (ex. CCMC Comité dos Construtores de Automóveis do mercado Comum). Classificação europeia que associa alguns testes da classificação API, ensaios de motores europeus (Volkswagen, Peugeot, Mercedes Benz, etc.) e ensaios de laboratório. Esta entidade aparece em 1991 e substitui desde 1 de Janeiro de 1996 a CCMC. Tem como objectivo ajustar as “performances” dos lubrificantes às condições de condução e temperaturas na Europa. (mais informações acerca deste assunto)
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